"MUNDEIRA": "Medo", de Carlos Drummond de Andrade, narrado por Lúcio Cesquin

sábado, 18 de junho de 2011

"Medo", de Carlos Drummond de Andrade, narrado por Lúcio Cesquin

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Legal dividir meus devaneios com você!

Poesia de todos os cantos!!

"Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não-ser...Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor conhecem; e a subjetiva... Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem somos? Não saberemos dizer ao certo!!!Agora de uma coisa eu tenho certeza: sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparência x essência..." (Clarice Lispector)

SONETO PARA DUAS MOÇAS DE NITERÓI
Para Vi com ternura.
Para Babi com carinho.

Não creio no amor fugaz
Apressado e trêfego
Feito com ardor, mas sem apego
O amor requer tempo e paz.
Creio, sim, no amor que lento,
Vai tomando a alma
E com sutileza e calma
Traz ao corpo o frescor do vento
Afeição que se quer eterna
Cuja ausência é imensa falta
Cuja presença é acariciante e terna
O amor que cura e mata
Por vezes só recolhimento
Por outras luz e ribalta.
Salvador, junho, 2007. Manoel Neto

Lance de Dardos

Como se fossem de mármore
Os dardos duram dentro de mim
perfeitos
Aprendi com eles a lançar-me
E aprendi com eles a ter medo
A me esconder dos nomes
Fugir das luzes fortes
E da insensatez dos automóveis
Aprendi com os dardos
Uma espécie de vida iluminada
Uma sutileza para arremessos
Estratégias de ataque
Fugas
Um modo impecável de me abrigar da chuva
E aprendi também uma crueldade
E uma coragem toda feita de começos.
( Iracema Macedo:2000)

Dentro das minhas malas eu carrego muitas coisas...

Vivências acumuladaspor muitas e muitas jornadas,por trilhas, atalhos, escolhas,
Algumas delas erradas.
Tantas dúvidas e incertezas,
Quantas coisas guardadas.
Carrego o suor dos amantes,
o encanto, a paixão e a poesia,
o sentimento não compartilhado,
o amor em cumplicidade vivido,
muitas histórias não terminadas,
a dor de um amor sofrido
e o sorriso do amor sentido.
Carrego também a saudadede amigos,
de entes queridos que em algum lugar do passado seguiram por outros caminhos.
Dentro das minhas malaseu carrego muitas outras coisas...
A armadura, a cicatriz, o conflito.
O guerreiro de olhar cansado,o andarilho em busca de abrigo,o nobre, o juiz, o amigo,o feiticeiro, o anjo, o bandido.Dentro das minhas malasmuitas coisas pesadas.
A aflição, o medo, a espera,o arrependimento, a culpa, o pecado,a obrigação de desfazer o mal feitoe desta feita fazer direito.
A obrigação de reconstruir os meus templosdestruídos na ação do tempo.
dentro das minhas malaseu carrego muita esperança...
Carrego o ingênuo, o sonhador, a criança,a certeza de reencontrar o inimigoe fazer dele um novo amigo.
Carrego o santo, o mago, o aflito,
Carrego um sorriso para ser ofertado,
o carinho do ser apaixonado que muitas vezes adormece cansado,mas amanhece sempre renovado,
e vai em busca de uma nova jornada.
Carrego o infinito amor do mais límpido calibre, capaz de inundar os corações dos seres em comum e aflitos.
Carrego a energia de ser um ente especial, humilde, triste mas satisfeito, por tanto amor a tantos oferecido, nesta longa estrada da vida, danada, amada, sofrida, mas que nela sou agarrado.
Minha mala está cheia, preciso de forças para levá-la, conduzir meu fardo, refletir, viver e seguir em frente com apenas uma única certeza a de ser feliz por já ter sido amado.
Toni Pessoa (2008)

Do meu caminho cuido eu
O chicote que açoitou
Deixou marcas nesse lombo
Cisco nos olhos
E peito esfarrapado.
Com rédeas nas mãos
Olhei os lados e esquinas
e como um astro incandescente
Minha poesia voltou a viver
renasceu das cinzas
feito fênix
sangrou os amores vividos
e rasgou o verbo amordaçado
Neste peito noturno
Que importa cantigas de dor
Quero apenas escrever
Versos libertinos
Dar voz ao silêncio
Ter desejos ocultos
Curar a ferida
Aprender a ser feliz
Fátima Cerqueira (2010)

"MUNDEIRA"

" Escreve-me! Ainda que seja só uma palavra, uma palavra apenas, ..."

sábado, 18 de junho de 2011

"Medo", de Carlos Drummond de Andrade, narrado por Lúcio Cesquin

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