" Escreve-me! Ainda que seja só uma palavra, uma palavra apenas, ..."

sábado, 5 de fevereiro de 2011

No meio daqueles dias doídos de separação surgiu uma nova esperança de reunir os pedaços rompidos de um amor machucado. Ele a pediu para buscá-lo no lugar que fora rotina em seus dias de alegria e prazeres. Ela, tão habituada a seu amor e tão necessitada de seu retorno, chegou bem antes do horário combinado. Para ela seria um dia como tantos outros vivera, dia de carinhos e carícias. Ele chegou e entrou sem muita conversa.
Seguiram para o compromisso de trabalho. Quieto, calado, mas tranquilo. Ela respira seu cheiro, e permitia que sua memória olfativa a levasse para os encontros e desejos de seu corpo. Seu corpo vibrava ao desejar aquela boca que não a tocava. Necessitava tocar suas mãos, mas ele se mantinha distante. Falava sobre trabalho e questões menores, sem expressar nenhum sentimento.
Seguiram para uma tarde juntos, deixando-a em grande expectativa. Pensou, talvez por ingenuidade ou excesso de amor, que seria como tantas outras tardes já vividas com aquele homem. Trabalharam lado a lado sem nenhuma intimidade. Por vezes seus corpos se esbarravam, permitindo que seus suores se misturassem como nas vezes em que se amaram loucamente.
Ele agia friamente, mas com ternura de homem que ama. Essa postura só aumentava as expectativas dela. Por vezes, num deslize ou força do hábito, ele a chamava de amor entre uma tarefa e outra.
Conversaram sobre coisas práticas, ele por vezes falava de projetos para o futuro, mas quando percebia voltava atrás e seguia outro rumo.
O sol estava quente, um calor insuportável que permitia a ela alguns carinhos e cuidados com aquele homem sem que ele se esquivasse. A desculpa do sol a deixava acariciar sua pele ao passar o filtro solar, a tocar suas mãos quando lhe entrega um pouco de água gelada. Esses foram os maiores contatos que ela conseguiu e, apesar de não serem  suficientes para saciar suas vontades, preenchiam sua alma de alegria. Ele a tratou com ternura, e mesmo em sua secura mostrava carinho por ela. Sua posição de macho dominante não poderia permitir que fosse contrário ao que prometera, que ele voltasse atrás no que falara.
Esse jogo de expectativas seguiu por toda a tarde.
Quando a noite se iniciou cada qual seguiu o seu caminho: ela esperando o retorno; ele sem mostrar saudades.

2 comentários:

  1. é, qrda, separar dói, sempre, mm qd o amor acabou- como no meu caso.
    No conto é ficção- o amor seria outro.
    P vc: http://mariamuadie.blogspot.com/
    Bj Laura

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  2. Incômodo, quando o texto diz que ele amou, que ainda tem carinho, mas tem a postura do macho dominante... sic.
    Não creio que seja assim que funcione. Amor é amor. Qualquer outra atitude é amor próprio, egoísmo, exacerbação do ego!
    Se acabou, que deixe claro, ou será egocentrismo!

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